domingo, 25 de dezembro de 2011

Cobras Motofest

SERGUEI + PANDEMONIUM dias 27, 28 e 29 de janeiro de 2012:

COBRAS MOTOFEST (1º Encontro Nacional de Motociclistas em Maracanaú - CE)

Feira Center de Maracanaú. Região Metropolitana de Fortaleza - CE

Flyer:

sábado, 19 de novembro de 2011

Serguei + Pandemonium: turnê em Minas Gerais



Dezembro:

DIA 01 QUINTA FEIRA - STONEHENGE ROCK BAR OU STUDIO BAR - CENTRO BH
DIA 02 SEXTA FEIRA - FINAL FESTIVAL DE ROCK - BETIM -80 KM BH
DIA 03 SÁBADO - BERIMBAU CIRCUS BAR - CONTAGEM 50 KM BH

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Serguei: Rock In Rio IV (2011)

Serguei faz pequeno show e rouba cena no Rock in Rio 2011

A lenda viva do Rock brasileiro, Serguei, fez uma pequena apresentação no stand da Trident e roubou a cena na Cidade do Rock, neste domingo, depois do show de Evanescence.

Ele cantou sucessos como "Satisfaction", "Love of my life" e outros. Após a apresentação, Serguei foi muito aplaudido pelo público e tirou fotos com vários fãs.



Serguei conta que não conheceu Axl Rose porque estava cansado



Serguei marcou presença no último dia de Rock in Rio na noite deste domingo, 2. O cantor contou que já tocou em duas edições do festival e que, em 2001, não conheceu Axl Rose porque estava cansado. “O Axl quis me conhecer porque eu abaixei as calças no palco, mas eu estava muito cansado e preferi ir embora. Mas eu adoro o Guns N’ Roses."

Serguei aproveitou para cantar no Karaokê do camarote em que estava. "Nunca vi nada tão underground quanto isso aqui. Eu cantei no rock in rio 2 e 3 e agora vim me divertir", contou. As músicas escolhidas pelo cantor foram "With A Little Help From My Friends", dos Beatles, "Born to be wild" do Steppenwolf, entre outras.



Vídeos:

Love Of My Life


Satisfaction


Cabine @Trident_Brasil RIR: Serguei!!!


Créditos: http://ego.globo.com/Gente/Especiais/0,,MUL1674746-18042,00-SERGUEI+CONTA+QUE+NAO+CONHECEU+AXL+ROSE+PORQUE+ESTAVA+CANSADO.html, http://www.youtube.com/user/SRZDMobile, http://www.sidneyrezende.com/noticia/147732+serguei+faz+pequeno+show+e+rouba+cena+no+rock+in+rio+2011.

sábado, 1 de outubro de 2011

Serguei, Trident e Rock In Rio 2011

Neste domingo (02/10/2011) acompanhe Serguei e a banda Pandemonium levando os vencedores da promoção Rock In Rir da Trident ao Rock In Rio 2011 p/ curtir o show do Guns N' Roses e muito mais. Não perca!

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Não foi só o Slipknot que tocou mascarado no Rock In Rio. Confira abaixo uma participação do Serguei no Rock In Rio III em 2001:



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Rock In Rio II (1991):

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

youPIX: Serguei & Rafinha Bastos

Confira abaixo algumas partes da performance de Serguei no youPIX (18/08/2011):







sábado, 6 de agosto de 2011

Mad Sillys: conheça o Hard Rock curitibano!

O SergueiNews apoia!

Mad Sillys é uma banda de Hard Rock curitibana formada no final de 2008. A banda teve destaque na cena Hard Rock/Glam Rock underground de Curitiba nos anos de 2009 e 2010, tendo também além de participações em rádios, a participação da vocalista (Evy SixX) no Ídolos de 2009. Após pouco mais de um ano afastados dos palcos das principais casas da cidade, a banda retornou em agosto de 2011 com a seguinte formação: Evy (voz), Eddie (guitarra), Murillo (guitarra), Juliano (baixo) e Erick (bateria).


2008:

Evy SixX fez um teste para uma banda, até então sem nome, que estava apenas a procura de um(a) vocalista. Com o set list pronto e o nome escolhido, perceberam que precisavam de mais uma guitarra para encorpar o som da banda. Alguns testes foram feitos sem sucesso. Até que por acaso Evy SixX conhece Eddie em uma festa e se tornam amigos. Um dia surgiu um convite para um teste, Eddie topa e é aprovado logo de cara. Pouco tempo depois, houve um desentendimento entre os integrantes e Evy decide sair da banda, e juntamente com Eddie, resolve levar o nome da banda pra frente. Com uma apresentação marcada para duas semanas desde o fim da antiga formação, foram convidados Leandro (baixo), Diego (guitarra) e Fernando (bateria). A primeira apresentação foi realizada no dia 31/01/2009, com um público de aproximadamente 700 pessoas e apenas dois ensaios. Aí surgiu a Mad Sillys, a primeira banda cover de Hard Rock curitibana, com uma mulher nos vocais.

2009:

Após a estréia com casa lotada, a banda começou a fazer parte dos festivais de Hard Rock e Rock Clássico das principais casas de show underground de Curitiba, como o Ópera1 Arena, Hangar Bar, C.13, entre outras. Passando a se destacar na cena local. Muitas pessoas destacam a Mad Sillys como uma das bandas de melhor presença de palco da cidade. Muito disso se atribui ao visual glam e a uniao da banda. Todos se reuniam na casa do Fernando, e passavam os fins de semana ensaiando, bebendo e se divertindo. Isso criou uma sintonia e afinidade entre todos os integrantes. Na medida em que shows e eventos vinham sendo confirmados e executados satisfatóriamente, Evy se inscreve no Ídolos 2009. Participou de diversas audições, sendo aprovada e concorrendo em São Paulo. Infelizmente, devido ao seu estilo, não passa da segunda fase do teatro. "É legal ver uma mulher com seu estilo defendendo o rock da maneira que você defendeu!", disse Calainho (Jurado do Ídolos 2009). Algumas apresentações depois, após reuniões da banda e com conceito de todos, em Julho de 2009, Diego deixa a Mad Sillys. A banda chegou a realizar duas apresentações, apenas com Eddie Junk's na guitarra, e logo começaram nova busca por outro guitarrista. Encontraram Murillo, amigo de longa data de Eddie, Leandro e Fernando. Receberam convite para realizar uma apresentação em uma rádio (Pinhais FM - 98,3), onde fizeram um acústico e contaram a tragetória da banda para os ouvintes. Devido a problemas pessoais, Fernando deixa temporariamente a banda e Evy descobre que está grávida. Com isso, a Mad Sillys dá sua primeira pausa. A pausa durou cerca de 3 meses. Foi quando Dinho, um novo baterista apareceu e trouxe a Mad Sillys de
volta a ativa, mesmo com a vocalista grávida.

2010:

A banda continuou ensaiando e planejando musicas próprias, já que sua aceitação diante do publico era explícita. No começo de 2010, fazem mais algumas apresentações e por motivos evidentes, a gravidez de Evy SixX, a banda teve sua segunda e longa pausa. Após o nascimento de Danilo, filho da Evy, diversas tentativas de uma nova volta fracassaram, devido às diferenças de interesse entre os membros. Nesse meio tempo Evy, Eddie e Murillo gravaram alguns videos acústicos, um deles, despertou a atenção do Divino do Rock, Serguei. Um cover da música "Tô Na Lona" fez com que Serguei gravasse um vídeo agradecendo a homenagem dos músicos, o que lhes deu um belo destaque.

2011:

Após diversas tentativas, em agosto de 2011, já com seu filho maior, Evy SixX diz que está pronta para retomar as atividades e a banda finalmente consegue uma nova formação. Juliano, irmão de Eddie e que já participou de bandas como Silver Riders (Hammerfall cover) e Steel Bullet (Black Label Society cover), assume o baixo na banda. Erick, que foi baterista de uma banda cover destaque de Guns N' Roses em Curitiba, assume as baquetas. Assim, com Evy (voz), Eddie (guitarra), Murillo (guitarra), Juliano (baixo) e Erick (bateria), eis que está de volta ao cenário curitibano, a Mad Sillys.

@MadSillys
http://www.myspace.com/madsillys
http://www.youtube.com/madsillys
http://www.facebook.com/madsillys
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=51456064






Fotos:
























terça-feira, 26 de julho de 2011

Trident: ROCK IN RIR e Serguei





Você que está sonhando em ir ao Rock In Rio que é um dos maiores festivais de musicas do Mundo, participe da Promoção Trident Rock In Rio que vai levar vários ganhadores para o Festival no Rio de Janeiro em Grande estilo.

A Trident é uma das maiores marcas de chicletes e também patrocinadora do Rock In Rio, a marca lançou uma edição especial dos chicletes o Trident Rock Mint, com embalagens personalizadas com o festival.

Para participar você precisa comprar o novo Trident e encontrar o código promocional que fica no interior da embalagem, depois acesse o Facebook Trident Rock in Rio e faça o seu cadastro, a promoção começou no dia 5 de julho e vai ate o dia 2 de setembro.

A promoção oferece três estilos de viagens diferentes: Rock, Metal ou Pop, na hora de cadastrar o seu cupom, preencha a formulário informando os seus dados completos e escolher qual o seu estilo de viagem.

O estilo Pop: ganhador mais 4 amigos terão direito a fazer compras no shopping e muito mais novidades com muito luxo antes de ir para o Rock in Rio, no dia 23/09;

O estilo Metal: Ganhador mais 4 acompanhantes vão viajar de jatinho para o festival e um encontro com vocalista da banda Angra, esse pacote é para o dia 25/09;

O estilo Rock: Ganhador mais 9 amigos vão para o Rio de Janeiro de ônibus, com comida e bebida a vontade, hospedagem em hotel 5 estrelas e um bate papo com o cantor Serguei no dia 02/10;


GANHADORES: Confira as datas dos sorteios e fique atento, o ganhador pode ser você!

INFORMAÇÕES: http://apps.facebook.com/trident_rockinrir/

terça-feira, 19 de julho de 2011

Serguei: LIVE (Bootleg)

"Serguei: Live Bootleg" é mais um bootleg oferecido pelo SergueiNews. O bootleg conta apenas com canções interpretadas ao vivo por Serguei e suas respectivas bandas (Cerebelo, Pandemonium, entre outras).

As três primeiras (Rolava Bethânia, Summertime e Satisfaction) são da performance de Serguei e a banda Cerebelo no Rock In Rio II, no ano de 1991. Já a faixa "Ventos do Norte" foi em 2003, na festa dos 25 anos da Baratos Afins, Serguei se apresenta com a banda Makina Du Tempo. O cover dos Rolling Stones, Jumpin' Jack Flash, é em uma performance na Virada Cultural de 2007. A música "Coleção de Vícios" é de uma apresentação do Serguei no Show do Mallandro no ano de 1991. O cover da música "Born To Be Wild" do Steppenwolf é de um show do Serguei no Recreativo, em 2008. A versão de Serguei para a música "Help", dos Beatles, é de uma apresentação de Serguei e banda no Rio Rock & Blues Pub, no ano de 2006. "Sweet Home Chicago" de Robert Johnson, com certeza é uma das melhores performances de Serguei, ocorreu no Programa do Jô em 2007, ao lado do Sexteto. A música dos Beatles, "With a Little Help From My Friends", é da apresentação de divulgação do álbum "Bom Selvagem" de Serguei + Pandemonium no Programa do Jô, no ano de 2009. A última do "Serguei: Live Bootleg!" é uma faixa bônus, da participação de Serguei com a banda Made In Brazil na música "Minha Vida é Rock n' Roll", no Programa do Jô em 2007.



Set List:

01- Rolava Bethânia
02- Summertime
03- Satisfaction
04- Ventos do Norte
05- Jumpin' Jack Flash
06- Coleção de Vícios
07- Born To Be Wild
08- Help
09- Sweet Home Chicago
10- With a Little Help From My Friends
11- Minha Vida é Rock n' Roll (Bônus Track)

QUALIDADE:

01- Rolava Bethânia -> A
02- Summertime -> A
03- Satisfaction -> A
04- Ventos do Norte -> A
05- Jumpin' Jack Flash -> B
06- Coleção de Vícios -> C
07- Born To Be Wild -> B
08- Help -> B
09- Sweet Home Chicago -> A+
10- With a Little Help From My Friends -> A
11- Minha Vida é Rock n' Roll (Bônus Track) -> A

-> DOWNLOAD

"Serguei: LIVE (Bootleg)" por @SergueiNews.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Serguei + Pandemonium em Vitória (ES)

Serguei + Pandemonium em Vitória (ES)



sábado, 23 de julho às 22:00 - 24 de julho às 04:00

Clube 106
Avenida Francisco Generoso Fonseca, 707 - Jardim da Penha
Vitória (Vitória, Brazil)

Ingressos: R$ 15,00 até 00h / R$ 20,00 após 00h

Mais informações: http://antimofo.com/ - 9299 3254

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Castelos de Areia


"Castelos de Areia" é o título da faixa liberada pela banda Pandemonium, banda com a qual Serguei gravou o album "Bom Selvagem" em 2009, e vai fazer parte do album MONDO CANE que está em processo de gravação.

O novo álbum da banda Pandemonium vai contar com a participação de Serguei nas faixas Born To Be Wild (Steppenwolf) e Hell's Angels (também presente no Bom Selvagem).

Clique aqui e faça download da música "Castelos de Areia".

Saiba mais sobre MONDO CANE em: http://sergueinews.blogspot.com/2011/03/serguei-pandemonium-modo-cane.html

@SergueiNews

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Entrevista de Serguei para O POVO

@SergueiNews

"Sou escravo do sexo"

Roqueiro, louco e psicodélico, o cantor Serguei chega em 2011 aos 78 anos com energia de sobra. Ele diz que a história de ser pansexual foi inventada.



Na porta do hotel, à beira da Praia de Iracema, numa manhã nublada de sábado, Serguei recebe um grupo de crianças que se aproxima por conta do seu visual exótico. Calmamente, ele senta na escada e começa a dar autógrafos num encarte de supermercado que os novos fãs traziam à mão. “Ei, como é teu nome?”, pergunta um deles. “É Serguei, eu sou músico”, responde. “Tu é gay?”, se espanta um dos pequeno. O cantor olha de lado e ri.

Mesmo que esteja acostumado a tratar sua sexualidade sem pudor ou preconceito, Serguei não gostaria de chocar seus novos admiradores. Aliás, nenhum assunto pra ele parece ser segredo. Em Fortaleza, ele recebeu a equipe de O POVO para uma entrevista divertida onde falou sobre sua infância, drogas e sua relação com os grandes deuses do rock. Só não gostou ao ser perguntado sobre o uso ou não de Viagra. “Se você tiver saúde, não precisa de remédio, dos azuis. Eu nunca usei essas coisas”, devolve.

Nascido Sérgio Augusto Bustamante, este carioca de 77 anos – 78 no próximo 8 de novembro – continua sendo um fiel defensor e admirador do rock, principalmente dos Beatles (“a maior obra literária da história”) e dos Rolling Stones (“a maior banda de rock do mundo”). Não por acaso, ele transformou sua casa num Templo do Rock, onde mora com seus dez cachorros. Frequentemente tratado por títulos como “lenda”, “dicionário” ou “enciclopédia do rock”, ele prefere entrar para a história como “O divino do rock”. Acompanhe.

O POVO – Vamos começar do comecinho. Você é filho único dentro de uma família bem conservadora. Queria saber o que você lembra da sua infância e da sua casa?

Serguei – Era uma família bem... Era uma família com história, a família Nabuco. Minha avó era Heloise Nabuco, sobrinha de Joaquim Nabuco (político e jornalista recifense). E era aquela coisa: “você tem que ser oficial de marinha”. E me enfiaram num curso que eu fiz, mas fui reprovado em matemática. Eu fiquei com medo de falar com a minha avó, mas minha mãe falou, “ó, sua avó tá lhe esperando” e ela disse “Nabuco já é capitão de mar e guerra, foi promovido agora. E você? Você é uma vergonha”. Não pode falar assim. Cada um tem o direito de ser o que quiser, engenheiro ou travesti. Os antigos eram muito conservadores. Na nova geração, me lembro de Helô, minha prima, que jogava futebol na praia de Icaraí com a rapaziada e depois arranjou um filho com um vagabundo que trabalhava em um laboratório não sei de que. Minha avó dizia: “Helô é uma vagabunda. Pegou um filho desse ordinário”. Eles eram meio chatos. As famílias, não me situo bem com elas. Eu e Rita Lee sempre fomos ovelhas negras. Eu sempre fui olhado com desconfiança.

OP – Quando foi que você despertou pro negócio do hippie, quando você se sentiu hippie?

Serguei – Na América. Eu adoro os Estados Unidos. Vivi lá 20 anos da minha vida. Nossa! O país é uma coisa, é um escândalo, é a maior nação. E eu sempre fui da gandaia, da noite. Lá já era um movimento. Eu vivi no bairro boêmio da época, o Greenwich Village, e conheci músicos de jazz.

OP – Qual a última vez que você foi aos Estados Unidos?

Serguei – Tem mais de 20 anos. Não tenho dinheiro. Conheci homens e mulheres da pesada.

OP – É onde eu já ia chegar. Nessas viagens você conheceu a nata do rock’n’roll.

Serguei – E da sacanagem também.

OP – Vamos começar com a do rock, depois a sacanagem.

Serguei – É que não tem nada melhor na vida que o sexo. Sou escravo do sexo. Cara é uma coisa incrível, eu sou muito cínico.

OP – Quem você conheceu de ídolo?

Serguei – As bonecas de Nova York (a banda New York Dolls). Eram homens de um metro e oitenta, todos de calcinha. Eram muito malucos... (pausa) Eu esqueci o que tava falando. Escuto muito Amália Rodrigues, curto muito e, só de sacanagem, conheci a Amália em Copacabana. Vi aquela mulher alta, com maxilar enorme, os cabelos faziam assim, alta, bonita, conversando com outra na porta de um prédio. Eu perdi o controle e falei: “você é a Amália Rodrigues?”. Ela olhou e respondeu: “que disseste, pá?”. Fiquei emocionado.

OP – E a Janis Joplin?

Serguei – Foi muito por acaso. Por exemplo, eu conheci a Janis, que todo mundo conhece. Ai uma vez eu tô numa festa de colégio, tocando com uma banda que eu tinha lá. Eu estava lá e vinha descendo um porto-riquenho com cabelo grande e uma cigana, saia comprida, com turbante e óculos John Lennon, que era ela. E eu gritei, “Laudir”. O Laudir Oliveira era percursionista era o cara que tava com ela. Eu comecei a gritar chamando o Laudir e ela ficou de lado. Hora sorria, hora ficava séria. Ele disse, “Serguei, essa é Janis Joplin”. Eu disse: “Quem? Tem certeza que não é a Jaqueline Kennedy?”. Ele respondeu, “Serguei, olha bem que você vai ver que é a Janis”.

OP – Eles namoravam?

Serguei – Não, eram amigos. Ele tocava com a banda Chicago. Mora em Ramos (Rio de Janeiro), atualmente. Ele era muito amigo do John Lennon também. Dessa história, eu fiquei muito dessituado e dei um beijo nela aqui (aponta para o pescoço).

OP – Isso foi antes ou depois de Woodstock ?

Serguei – Depois. Teve uma vez, no Rio, que eu encontrei um amigo que me ligou dizendo: “eu tô muito nervoso. Imagine você que eu passei de carro e vi uma mulher encostada no Jóquei Clube, bebendo cerveja numa latinha. Eu olhei e quando vi que era a Janis Joplin. Fiquei louco não sabia pra onde ir, me perdi”. Ele deu a volta, parou e quando ela viu perguntou se eu queria um pouco. Ele gritava no telefone.

OP – E como foi sua relação com ela?

Serguei – Eu tinha loucura pra conhecer Janis Joplin. Quando ela tava viajando, ficava em grandes hotéis. Quando não, ficava em motéis, que lá nos Estados Unidos é muito usado pra poder fugir de paparazzi. Eu fiquei com ela lá uma vez e tocou uma buzina. Bam, bam, bam. (Serguei) “Olha, tem um negão bonito com uma camisa azul de manga comprida e cabelão black power. Ele tá olhando pra cá, parece o Jimi Hendrix”. Ela disse assim, “você não sai daqui”. Ela foi falar com ele, virou e deu um beijo na boca dele. Eu fiquei olhando e louco, brabo. Depois que ela voltou fiquei sem falar com ela um pouco.

OP – Tô vendo que vocês eram bem próximos.

Serguei – Uma vez eu fiquei sentado numa mesa ouvindo ela cantar no banheiro. Ela cantava tão bem como se estivesse dopada. Quando ela saiu do banheiro pelada com a toalha no ombro olhou pra mim e disse “so?”. E eu disse que estava ouvindo ela cantar tão bem como se estivesse drogada nos concertos de rock. Eu disse: “você não precisa dessas porcarias. Você pode, de repente, deixar a gente”. Ela disse: “Serguei, ninguém me força um jogo”. E eu fiquei uns dias enjoado. Ela me perguntou o que eu tinha e eu disse que queria conhecer o Jimi Hendrix.

OP – E conheceu?

Serguei – Olha como é a vida. Um dia ela disse que nós tínhamos uma festa na casa do Jim Morrison (vocalista do The Doors). Eu disse “que maravilha!”. Ela era mandona e disse “você não vai mostrar a sua maldita língua, porque ele tem sempre ácido”. Era um vermelho, cor de abóbora no bolso. Ele enfiava a mão no bolso e quando você ri enfiava um ácido na tua garganta. Tava lá Jim, Janis, Pamela (mulher de Jim), Kris Kristofferson e um amigo dele milionário que tinha 19 anos.

OP – Você falou um bocado de coisa sobre seu contato com a Janis, mas como foi conhecer Jim Morrison?

Serguei – Morrison tava sentado ao meu lado no sofá uma vez e eu tava olhando. Eu dei uma geral. Pensei “ele é muito bonito, deve ser alto”. Quando Jim levantou, eu falei “meu Deus, como ele é alto”. Ele perguntou, “qual o problema?”. Eu respondi que não tinha problema é que “você é tão big”. Mas big pra eles é “gordo”. E eu expliquei que tinha diferença entre big, “grande” e “gordo”, no Brasil. Ele riu e deu um beijo no meu pescoço. Por isso que, até hoje, eu não lavo o pescoço desse lado. Eu estico a língua e fico lambendo o pescoço.

OP – As pessoas falam muito sobre a história do pansexual.

Serguei – Não, aquilo é brincadeira. Eu falei que eu tava com muito tesão num dia de verão e fui caminhando pelado pela estrada dos cajueiros lá em Saquarema. Me deu um tesão e eu quis bater umazinha e tal. Eu me escondi atrás de uma árvore. Quando acabou a parada, eu me agarrei com a árvore porque não tinha com quem me agarrar. Mas, daí eu comer a árvore, não. Como é que eu ia comer um cajueiro? Foi o Jô (Soares) que disse que eu comi a árvore. E eu disse: “é, Jô, comi” (decepcionado) e assinei uma sentença.

OP – Então é pura brincadeira?

Serguei – É, é pura brincadeira.

OP – Mas você não se incomoda com essa brincadeira?

Serguei – Não, só se fosse um cactos.

OP – Falando em Jô, você sempre aparece na televisão e agora vem fazendo uma participação no programa do Tom Cavalcante.

Serguei – Eu admiro muito o Tom Cavalcante. Ele é um espetáculo, não só como comediante. Ele é uma pessoa ímpar! Boníssimo, ajuda todo mundo. Uma vez ele levou o Fagner pra cantar no Show do Tom e depois todo mundo quis tirar fotos comigo. Eu disse pro Fagner que ia roubar todo mundo pro rock, ele ficou rindo. O Tom outro dia me chamou e falou: “eu quero que você saiba que estou muito feliz por você estar aqui, que a sua presença me comove”. Ele teve uma infância meio dura, mas mudou por quê? Porque aqui a gente planta e colhe o que plantou.

OP – Você é uma pessoa religiosa?

Serguei – Sou espiritualista. Porque somos todos espíritos. Eu cuido muito de mim, espírito.

OP – Você disse que era pura brincadeira a questão do pansexual, mas o que é verdade a respeito da sua sexualidade?

Serguei – Eu gosto muito de sexo. Eu não escolho. Sou parte do bloco Vai Quem Quer, um bloco que tem no carnaval carioca.

OP – E você é um fiel praticante.

Serguei – Eu não perdi o tesão sexual que eu tinha. Pelo contrario, eu fico lá. Se bem que a minha posição no sexo fica meio difícil. Eu gosto de curtir com o mesmo lado e, às vezes, com o outro lado, dependendo da garota, do momento. Mas eu prefiro o mesmo lado, que eu me amarro.

OP – Você prefere homens?

Serguei – É. Na vida o que importa é ser feliz. Eu pra fazer minha felicidade não vou ter que fazer a felicidade do time do Quixeramobim. Eu não ligo pra porra nenhuma, entendeu? Eu quero é curtir a vida.

OP – Como você mantém essa sua energia sexual?

Serguei – Eu não sei como eu mantenho. Já roubei praticamente metade das mulheres deles (olhando para a banda), já roubei os primos deles, os amigos também. Sabe aquela música da Ademilde Fonseca? O que vier eu traço? Pois é. Mas depende. As árvores não, mas o resto vai de boa.

OP – Mas você já tomou algum comprimido ou é só na saúde mesmo?

Serguei – Não. Quando você sai com dor de cabeça você vai na farmácia e compra Melhoral. Quando você ta brocha, que seu pau não levanta – desculpa, mas pau todo mundo tem – é diferente. Se você tiver saúde, não precisa de remédio, dos azuis. Eu nunca usei essas coisas. Mas, se precisar, é até bom mesmo, porque me convidaram pra fazer uma entrevista com Páginas Azuis.

OP – O que você faz pra cuidar da saúde?

Serguei – Eu me movimento o dia todo, cuido dos meus dez cachorros, subo e desço escada, nado na piscina. Quando eu fiz 60 anos, fiquei apavorado. Mas meu médico disse: “você tá bem, se sente bem, você tem entusiasmo. Então, tá tudo bem”. Quando tinha 57 anos, fiz alguns exames nos EUA e os médicos disseram que minhas células se multiplicam muito rápido, elas renovam as outras. Esse ano faço 78 anos. Tô ficando meio cavernoso, meio Keith Richards, bem Stones. Só não transei com o Mick Jagger.

OP – Já fez plástica?

Serguei – Não (Começa a esticar a pele do pescoço). Não dá. Eu tenho artrose generalizada, mas não dou confiança.

OP – E como foi sua relação com as drogas?

Serguei – (Serguei faz um expressão de desprezo) Eu sou muito vaidoso, pinto muito meu olho e vejo que dá resultado. (Com drogas) a pálpebra fica inchada. Com cocaína o cara fica estranho (faz careta). Eu digo: “Deus me livre, são mortos vivos”. Não quero essas merdas, nunca.

OP – Mas já provou?

Serguei – Só provei uma vez e fiquei leso. Isso não serve pra mim. Pra me acelerar basto eu também. Não quero sustentar a máfia desdentada do Brasil.

OP – Você é um roqueiro com poucas coisas gravadas. Queria ter gravado mais?

Serguei – Eu tenho oito discos. Não queria porque sou do tempo em que as gravadoras botavam o ferro em cima. Diziam o que tinha que gravar. Eu acho que me antecipei à vanguarda. Então não tô nem aí. Minha música, há alguns meses, tava em quarto lugar em Nova York. Estavam querendo mostrar toda arte psicodélica. E esse álbum é muito psicodélico.

OP – Em sua opinião, quem foi o maior roqueiro da história?

Serguei – Eu (risos).

OP – Então em segundo lugar?

Serguei – Eu gosto muito das letras de Raul Seixas, de Renato Russo, de Cazuza, meu baby. O Caju era tudo. Ele falava como você e as letras brotavam dos lábios dele. Nós sempre fomos da pá virada, plantávamos o terror nas noites cariocas. Eu adoro o Mick Jagger e acho que a melhor banda de rock do mundo é Rolling Stones. Agora Beatles é a maior obra literária-musical de todos os tempos.

OP – Como é sua vida financeira hoje?

Serguei – Eu vivo com três salários. Meu pai me obrigava a pagar. Me dão R$ 1 mil por mês pra ajudar a manter o Templo do Rock. A casa é grande, são dois andares e tudo foi comprado na América do Sul, com muito sacrifício. Porque só sou rico de sacanagem e de rock’n’roll. Mas eu vivo bem. Faço muitos shows, graças a Deus. São três ou quatro por mês. Eu não aguento mais também.

OP – Você mora só. Pra quem viveu e vive tantas historias não é ruim morar só?

Serguei – Não, é melhor que morar com espírito de porco. Minha casa é muito bonita, é um paraíso psicodélico. Os programas que eu fiz com o Multishow foram filmados lá.

FONTE: http://www.opovo.com.br/app/opovo/paginasazuis/2011/07/11/noticiapaginasazuisjornal,2265857/sou-escravo-do-sexo.shtml

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Desmistificando Serguei


Faltam 20 minutos para as quatro da tarde de uma terça-feira cinzenta em Saquarema, na região dos lagos, no Rio de Janeiro. Serguei está com fome. Soa a campainha do Templo do Rock, como sua casa é conhecida.

Descalço, vestindo uma calça jeans de 1966 e uma velha blusa preta dos Doors, ele volta com a comida. “Não sei o que mandaram para mim”, diz, abrindo o marmitex. “Fiquem à vontade, meninos”, balbucia, enquanto pesca o arroz com a colher ao som da guitarra de Jimmy Page, que preenche toda a casa com Whole lotta love.

É difícil não se impressionar com a energia de Serguei, ou de Sérgio Augusto Bustamante, como consta na certidão de nascimento. Nas quase seis horas em que nos recebeu, mostrou lucidez e boa memória para lembrar de nomes e casos que aconteceram há 50, 60 anos.

Quem pensa que ele é só “o cara que comeu a Janis Joplin” está enganado. Do garoto bonito de olhos azuis que, em 1968, cantava “eu sou psicodélico”, ao menino de quase 78 anos que adora uma sacanagem, Serguei viveu muita coisa: morou nos Estados Unidos, país que tanto ama, durante duas décadas, se encharcou de lama no Woodstock, conheceu Jim Morrison e Jimi Hendrix, gravou 10 discos – o último, Bom Selvagem, de 2009 – e continua fiel aos princípios do rock ‘n’ roll.

Debocha e dá risada de como o chamam: lenda viva do rock, mito, enciclopédia. Ele só quer ser o “divino do rock”. Filho único, cuidou dos pais até o último dia e, com o passar dos anos e a morte de amigos, ficou emotivo. O porra-louca se emociona fácil. Ele está de bem com a vida. Protagoniza o Serguei Rock Show, programa exibido pelo Multishow na internet, e participa, às segundas-feiras, do Show do Tom, na Rede Record.

Quase não sai de casa, mora com quatro cachorros, come pouco, não tem problemas de saúde e tem uma vida sexual ativíssima. Transgressor até a alma, Serguei continua desafiando rótulos e preconceitos de uma sociedade hipócrita e careta demais para ele.


Você disse que teve a quem puxar, que sua mãe era alegre e revolucionária. Como foi sua infância?
Ótima, não tenho irmãos, então foi tudo concentrado em mim. Meu pai foi um superpai, e minha mãe uma supermãe. Eu era muito independente. Minha mãe dizia: “Esse menino é terrível”, e ficava rindo. Cuidei deles até o último dia, quem cuidou deles geral fui eu. Cresci no Rio e nos Estados Unidos com a minha avó durante 20 anos, dos 14 aos 34. Minha infância foi em Rio Comprido [bairro carioca], nasci no coração do Rio, mas meu coração é americano. My heart belongs to dad, baby. Não adianta lutar contra. Tudo bem, curto o Brasil, sim, naquilo que o Brasil tem de lindo, como a floresta. Estive uma vez na floresta [amazônica], lá em Belém. Dei alguns passos e comecei a chorar de emoção. Fiquei emocionado e me dei conta de que nasci aqui.

Como foi crescer nos anos pós-guerra?
Meu pai apontava no jornal e dizia: “Hitler tá chegando aí”. E minha mãe ficava preocupada: “Ai, meu Deus”. Meu pai dizia que a Eva Braun era uma puta, uma vagabunda. “Ela dá para o Hitler”, ele dizia. Tinha um cara que morava na rua de trás da minha casa, e arrebentaram a casa dele toda. Ele era alemão.

Na sua adolescência, as pessoas se assustavam com seu estilo?
Não tinha este estilo ainda. Quando criança, eu fazia topete. Depois, com o movimento dos anos 1960, me vestia com calça jeans rasgada, cabelo um pouco maior. Eu não embarcava naquela de todo mundo, embarcava na minha com as raízes do movimento que abriu caminhos.

Você teve problemas de repressão na ditadura? Tomou porrada?
Claro, todos éramos comunistas mesmo sem sermos. Uma vez a polícia do Dops [Departamento de Ordem Política e Social, muito atuante na ditadura] me parou, em 1967, e eu estava com uma jaqueta do Mao Tsé-Tung, descalço, protestando em plena ditadura militar. Eu estava querendo tomar umas porradinhas, mas não levei.

Serguei grita e manda os cachorros pararem de latir. Começa a falar sobre as mazelas do Brasil. “Se você olhar a bandeira brasileira, está escrito: Ordem e Progresso. Por que aqui não tem progresso? Porque não tem ordem, pô. O Brasil é uma bagunça, é uma esculhambação que vai de Manaus a Porto Alegre, passando por Brasília. As leis no Brasil são napoleônicas, são burras, com algumas exceções. Não tem esse negócio de ser patriota, para ser patriota tem que ser num país como os Estados Unidos. Patriota no Brasil? O Brasil é um lugar onde todos roubam todos o tempo todo.”

Queria ter nascido nos Estados Unidos?
É, para não ver as merdas que vejo aqui.

Mas você tem vergonha de ser brasileiro?
Olha, é uma frase muito impressionante, mas não tenho vergonha de ser brasileiro. Nos EUA eu ouvia coisas do tipo: “É verdade que naquele seu buraco lá embaixo na América do Sul vocês pensam com os pés?”. Eles não estão dizendo isso sem base.

O Brasil tem solução?
Claro que não. O Brasil não aconteceu, nem vai acontecer. O Brasil vai levando. É um blablablá, não vai chegar nunca a lugar nenhum.

Como e quando foi o seu primeiro contato com o rock 'n' roll?
Eu ouvia falar em Elvis, vi no cinema e fiquei encantado. Participei muito pouco, mas já gostava. Aí, em 1964 vieram os Beatles e os Rolling Stones. Os Beatles são a maior obra literário-musical de todos os tempos. Yesterday é uma maravilha, Hey Jude é uma coisa emocionante.

Os cachorros começam a latir novamente. Serguei estica o pescoço para garantir que nada de anormal está acontecendo. “Coloquei o nome de um dos cachorros de Fiuk porque ele é bonitinho, uma gracinha, inteligente. O Fiuk é uma pessoa maravilhosa, muito delicado como homem, muito sutil. A alma dele é boa, ele me passou isso. Os outros três são Joelma, Elis e Lia, já mais velhinha, coitada.”

Beatles ou Rolling Stones?
Os Beatles são um símbolo do mundo, Rolling Stones é a maior banda de rock ‘n’ roll do planeta.

O rock morreu?
O rock é eterno, pode ser que ele esteja morto no Brasil. Fora daqui, não.

Se faz rock por aqui atualmente?
Eu faço, com a imagem, a energia, a loucura, a poesia, o protesto e a atitude dos anos 1960. Fora disso fica difícil fazer rock ‘n’ roll em 2011 aqui no “patropi”.

O que você acha de Restart?
Conheço, mas não acho nada. Essas bandas de rock agora traíram todos os princípios do rock, principalmente atitude. Todo aquele cabelo puxadinho, todos são certinhos, arrumadinhos e programados. Isso não é rock ‘n' roll.

Li em uma entrevista que você está cansado de ser chamado de lenda viva do rock.
É um saco. Lenda viva, patrimônio, biblioteca, mito, enciclopédia... Lembra de uma atriz que fez uma personagem que ficou até hoje?

Odete Roitman?
A minha Odete Roitman [interpretada pela atriz Beatriz Segall, na novela Vale Tudo] é a Janis Joplin, aonde quer que eu vá.


Quando o assunto é sexo, Serguei aceita quase tudo. “Se o cara disser: ‘Vou te apresentar um cara bacana que está louco para te conhecer, para transar’. Quantos anos ele tem? ‘Setenta’. Sinceramente, você acha que eu vou transar com um cara de 70 anos?”

Você falou que o Jim Morrison é o cara mais bonito do rock.
Ele era lindo, o apelido dele era Barbie. Ele ficava puto.

E o mais feio?
Eu não sou. [risos]

Subitamente, pega uma revista e faz caras e bocas para o fotógrafo. Levanta da poltrona e ironiza a figura do machão, imitando um cara coçando o saco e assobiando para garotas na rua. “A diferença entre o macho hétero e o macho gay são seis latinhas de cerveja. Aliás, tem um barulho na esquina. Vamos tomar uma? Falei isso com um cara em Belo Horizonte, ele ria tanto que teve que se sentar.”

E essa história de pansexualismo?
É brincadeira, uma vez cheguei no Jô [Soares], cansado desses rótulos todos. É que uma vez eu estava doido para fazer uma sacanagem e estava andando pela avenida, onde só tem cajueiros. De repente, fiquei cheio de tesão, louco para transar, “tomara que passe um garotão aqui ou uma garota”, pelado no meio da estrada, eu estava muito louco naquela dia. Aí falei: “Ah, vou encostar naquela árvore ali”. Me encostei, não tinha ninguém e me agarrei na árvore. Falei isso mais ou menos em outros termos e o Jô falou: “Bom, então você transou com a árvore?”. Eu disse: “É, Jô, transei”. O mundo veio abaixo, isso foi um Deus nos acuda.

Esse papo de transar com árvore então é balela?
Não sou cabrito. Não faço sexo nem com animais, nem com vegetais.

Você acha engraçado falarem isso de você?
Aconteceu de eu me encostar na árvore, ué? Eu morro de rir e tudo bem. Para mim, qualquer coisa está bom.

Tem alguma coisa muito estranha com a qual você já fez sexo? Tem, um ator. Eu morava com um ator de filme de pornô...

... [risos] E coisa?
Ele era uma coisa, não tinha cérebro.

"Essa casa é uma réplica de uma casa americana dos anos 1960, é a volta à geração hippie. Sou um dos últimos remanescentes daquela grande revolução que foi feita no mundo", lembra Serguei sobre o Templo do Rock.

Serguei olha uma foto na parede e lembra seus tempos de Nova York. Conta uma história sobre seu companheiro de quarto, um cara de Governador Valadares muito sacana que tinha a bunda mais linda que Serguei já viu na vida. “Certo dia, ele disse: ‘Olha aqui, às 5h no despertador vou comer você’. Falei que não ia de jeito nenhum. Quando deu 5h, ’trrrriiimmmm’, ele estava acordado querendo me comer. Mas não comeu.”

Como você perdeu a virgindade?
Não posso dizer que foi com você, né? [risos]. Não sei, uma vez me levaram em uma casa para comer uma puta. Falei com ela: “Quando chegar lá, você fala para eles que eu sou ótimo”. Eu era garotão, fiquei assustado olhando ela tirar a roupa, jogar o sutiã na minha cara.

Vamos falar um pouco de Janis Joplin.
Ah, não aguento mais. [Risos] Eu sei. Como começou toda a história? Tinha uma garota, de São Paulo ou da Bahia, não sei, que vivia atrás dela, era muito chata, ficava fazendo escândalo na porta do hotel. Isso é coisa de 1970, eu morava em Copacabana nessa época. Janis ficou no Copacabana Palace e foi tomar banho pelada na piscina e acabou sendo expulsa, foi para o anexo. A gente se encontrou, mas a gente já tinha se visto nos primeiros dias.

Vocês transaram na areia, né?
Em Copacabana, ali perto. Uma noite, depois que acabei um show, fomos eu, ela e o David [Niehaus, namorado de Janis] para a praia e ficamos brincando. Ele tirou a roupa toda, e caiu de bruços na areia. O corpo dele era maravilhoso. Eu falei: “Janis, look at this. Jesus Christ! What is most beautiful: his ass or the fuckin’ moon? [algo como: Janis, olhe isso. Jesus Cristo! O que é mais bonito, a bunda dele ou a lua?]”. Cara, ela ria tanto.

Chegaram a se encontrar nos EUA também?
Sim, mas isso foi antes, em 1967. Aqui no Brasil foi em 1970. Você fala dela com muito carinho. Ela era muito meiga, sofria muito, muita coisa errada por parte das pessoas. O Cazuza também, ele era uma criança. Falei com ele 15 dias antes dele morrer. Disse que iria vê-lo no show do Canecão, mas me esqueci que eu tinha um baile no dia em São Paulo, para ganhar um troco. E a gente não se viu mais. Ele era maravilhoso, o maior poeta da época dele. [Com os olhos marejados...] Foi embora todo mundo, ele, o Sérgio [Murilo, cantor da época da Jovem Guarda]. Aí a gente fica mais sozinho.

Você falou em ganhar um troco. Deu para ganhar dinheiro na vida?
Ganhei dinheiro, mas sempre gastei muito, nunca soube como aplicar.

Se você ganhasse na Mega Sena, gastaria com o que?
Ajudando os outros, eu ia fazer a vida de algumas famílias muito feliz, de gente bem pobre, bem sincera.

O que você achou da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em reconhecer a união homossexual?
O Brasil tem problemas do século passado a resolver. As duas coisas mais importantes que aconteceram no Brasil, até este momento em que estou sentado aqui com você, foram: a vinda dos Rolling Stones ao país e essa coisa de legalizar a união de pessoas do mesmo sexo. E o resto? Foda-se o resto.

O que te deixa puto?
Aquele paparazzi ali [aponta para o fotógrafo]. Paparaaazzi! [risos]. Me deixa puto ver alguém que tem uma cabecinha querendo fazer críticas ou botar pedras no meu caminho ou de outra pessoa.

Dando uma de assistente sacana de fotógrafo, Serguei tenta criar um clima, digamos, mais à vontade. “Vocês têm que apelar um pouco para a criatividade, que vocês não têm nenhuma e eu vou dizer porque [se dirige ao fotógrafo]: se você tivesse criatividade como fotógrafo, faria o seguinte: ele [aponta para o repórter] vai tirar a roupa, ficar peladinho e você vai bater [fotos, diga-se]. Aí a gente fica mais entusiasmado.”


Sua vida sexual é muito ativa?
Ativíssima, claro. Mas a culpa não é minha. [risos]

Por quê? Você leva muita cantada?
Uma vez fiz um show e pintou um garotão bonito de doer. Ele começou a pegar em mim e caiu de joelhos na minha frente, com as mãos assim [faz como se estivesse rezando]. “O que é isso, garoto?”, perguntei. Ele disse: “Posso te dar um beijo na boca?”. Falei que podia, ele se levantou, me deu um beijo e apontou para o amigo, que era feio que dói: “Ele também quer”. Outra vez eu estava em Belém, fim de noite num bar GLS, e tinha um garotão muito bonito com um garoto mais baixo e feio que não parava de rir o tempo todo. Conversa vai, conversa vem, o bonitão me deu um colar e falou: “Tá valendo beijo a três?”. Ia deixar de beijar a boca daquele garotão maravilhoso, lindo, gostoso, por causa do amigo dele? O garotão me deu um beijo na boca e eu deixei um pedacinho para o feio. [risos]

Aqui no Brasil, lhe dão o valor que você acha que merece?
Sempre tive a atenção das maiores emissoras de TV do país, dos programas e dos jornais mais importantes. Ganhar a primeira página de um jornal com chamada de topo de página e ganhar o interesse da imprensa não é para qualquer um. Você, por exemplo, veio me procurar em Saquarema, viajou até aqui para ouvir as minhas doideiras.

Você tem a impressão que lhe olham mais como “o doidão que comeu a Janis Joplin” do que como artista?
Depende da pessoa, se ela não tiver cérebro, cultura. Acho até que poderia ser uma ofensa a mim, mas não é, não tenho essa preocupação. O nível cultural do nosso povo... O Brasil ainda é um dos países mais atrasados do mundo, infelizmente. Eu não digo achando ótimo, é um horror. A ficha desse povo aqui ainda não caiu. A desimportância é tão grande que não cai a ficha de jeito nenhum.

Os olhos grandes e azuis de Serguei se perdem e passeiam pelo Templo do Rock. “Essa casa é uma réplica de uma casa americana dos anos 1960, é a volta à geração hippie. Sou um dos últimos remanescentes daquela grande revolução que foi feita no mundo.”

Como foi estar em Woodstock, participar dos três dias de festival?
Você imagina. [risos]

Não imagino, conta aí, deve ter sido muito louco.
É difícil de definir, eu estava sozinho, mas sempre se arranja alguém, sempre tem um arbusto para se esconder no meio do mato. Nossa Senhora, cheio de lama...

Fale um pouco sobre o programa no Multishow, o Serguei Rock Show. Como surgiu a ideia?
Eles me chamaram para fazer as chamadas do Prêmio Multishow [em 2010] e foi um sucesso danado, eles ficaram em polvorosa. O meu diretor disse que o programa está bombando na internet.

Atualmente, dá para ganhar uma grana legal?
Dá, mas para manter essa casa aqui é muito difícil, tem a iluminação na parte de trás e da frente, tem os cachorros, que fazem parte da minha vida. Eles são a minha família.

Você tem religião?
Não, graças a Deus. Se é padre vai querer me comer, se é pastor vai querer me enganar, então não quero saber dessa coisa.

Sexo, drogas, rock ‘n’ roll ou amor?
Sexo, sexo. Amor é uma coisa que deveria sempre existir e ser cultivado. Agora essa geração mudou tudo. O cara vem me dizer que tem sala de bate-papo? Para bater papo tem que ficar de cara para uma máquina de escrever com uma tela na frente, olhando para aquela merda? Se você vem andando na rua e olhou para mim e eu olhei para você, naquele olhar pode nascer um grande amor, uma grande amizade.

Você fará 78 anos em novembro, e 45 de carreira. Qual é o segredo para tanta vitalidade?
Setenta e oito anos de pura sacanagem, esse é o segredo.

Seu signo é escorpião. Isso significa alguma coisa para você?
Tenacidade, tesão, muita loucura.

Fazer aniversário tem algo de especial?
Eu gosto, é mais um tempo que estou vivo, curtindo. Não me lembro de algum especial, muitos foram, principalmente quando estavam meu pai e minha mãe.

Confesso que fiquei surpreso quando li que você é tão fanático pelo Fluminense.
Desde garotinho. Meu pai era Fluminense e quase a família toda. Meu pai tinha que ser hospitalizado quando o Fluminense perdia um campeonato. Eu disse que ia torcer pelo Boavista [time de Saquarema que disputou a final do primeiro turno do Campeonato Carioca contra o Flamengo] porque moro aqui e o time tem muito talento. Quero ver o diabo, mas não quero ver urubu [mascote do Flamengo] na minha frente.

Nunca passou pela sua cabeça se casar, ter filhos, família?
Família eu tive, meu pai e minha mãe, e está mais do que bom. Família é o rock ‘n’ roll, é o público.

Você se sente sozinho?
Sim, mas tenho amigos, como a banda Pandemonium. É a melhor banda que tive até hoje, eles têm a responsabilidade do momento. Moro aqui com quatro cachorros. Hoje tive uma manhã bem feliz, quando abri a porta eles se aproximaram de mim e o que pulou mais baixo veio até aqui [mostra na altura do peito], e rodam, correm. A única coisa que peço é que eu não morra antes dos meus cachorros, eu ficaria muito triste. Quando o tempo passa, você fica mais emotivo porque o tempo cobra coisas de você. Sou muito porra-louca, sou um descarado, mas não posso mudar porque eu sou isso. Quem quiser que me ature.

Confira mais fotos desta entrevista clicando aqui.

"Faço rock com a imagem, a energia, a loucura, a poesia, o protesto e a atitude dos anos 1960." (Serguei)


FONTE: Revista Ragga

sexta-feira, 3 de junho de 2011

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Agenda de Junho

@SergueiNews

Agenda de Serguei + Pandemonium para o mês de junho (2011):

(Clique para ampliar)

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FORTALEZA:

Dia 18/06:
12 horas: Entrevista na Rádio Universitária FM 107,9 (programa Disco da Semana).
22 horas: Show no The Pub (rua Dragão do Mar 198 Praia de Iracema) - CLIQUE P/ DETALHES.

Dia 19/06:
10 horas: Gravação do Podcast do Panela Discos.
22 horas: Festival Rock até os Ossos no Shopping Bom Mix.

RIO DE JANEIRO:

Dia 24/06:
22 horas: show no Saloon 79. (rua Pinheiro Guimarães nº 79, Botafogo).

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Agradecimentos: Universitária FM (107,9), The Pub (Club de Rock), Panela Discos, Festival Rock até os Ossos, Saloon 79, Pearl Percussion, Golden guitar & basses, Eagle Experience XP.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Serguei Rock Show: fim de temporada!


No dia 17 de março de 2011 estreou o programa Serguei Rock Show, que contou com 10 divertidos episódios.

Serguei prestou homenagens, contou diversas histórias, analisou clipes, deu dicas de saúde e sexo, teve como convidados Rogério Skylab e Zéu Britto, cantou Rolava Bethânia (Ep.03) e Summertime (Ep.10) com a banda Pandemonium.

O programa teve como "estúdio" o famoso Templo do Rock, a própria casa de Serguei e contou com os quadros: Sexo, Dicas e Rock'n'Roll, Momentos de Anarquia, Hiperlativa Saúde, Um Beijo de Serguei, Serguei convida, Histórias Sobrenaturais, LSDate e no Show do Intervalo a análise de Clipe do Dia.

Com o término da primeira temporada de Serguei Rock Show, que teve grande aceitação do público, já foi dado início à campanha "Serguei Rock Show - 2ª temporada já!" nas redes sociais e na página do programa no site da Multishow. O Serguei News apoia.

Quer rever os episódios de Serguei Rock Show? Acesse: http://multishow.globo.com/Serguei-Rock-Show/ ou http://sergueinews.blogspot.com/

LONG LIVE SERGUEI!!!

@SergueiNews

domingo, 22 de maio de 2011

Ep.10 - Serguei Rock Show

O último programa da temporada é uma homenagem a Janis Joplin. No episódio, Serguei declara seu amor à diva, conta histórias de sua vida e toca a música "Summertime" com sua banda.



Assista o "Ep.09 - Serguei Rock Show"

http://multishow.globo.com/Serguei-Rock-Show/

@SergueiNews

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Download - Bom Selvagem

Baixe o album "Bom Selvagem" lançado por Serguei + Pandemonium no ano de 2009


01- Alpha Centauro
02- Burro Cor De Rosa
03- Rolava Bethania
04- Sweet Home Chicago
05- Tô Na Lona
06- Marginal
07- Hell's Angels
08- Poder Paralelo
09- Rock do Pai
10- Eu Não Volto Mais
11- Ouriço
12- Ventos do Norte
13- Bonus Track

DOWNLOAD


domingo, 15 de maio de 2011

Ep.09 Serguei Rock Show

No 9º programa, Serguei fala sobre o dia em que conheceu Jim Morrison, "o homem mais bonito do rock", critica a geração internet e manda um recado no quadro LSDate.



Assista o "Ep.08 - Serguei Rock Show"

http://multishow.globo.com/Serguei-Rock-Show/

@SergueiNews

sábado, 7 de maio de 2011

Ep.08 - Serguei Rock Show

Serguei dedica o oitavo programa ao Rolling Stones, recebe Zéu Britto, diz qual é a diferença entre o macho gay e o macho hétero e muito mais. Confira:



Assista o "Ep.07 - Serguei Rock Show"

http://multishow.globo.com/Serguei-Rock-Show/

@SergueiNews

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Ep.07 - Serguei Rock Show

No sétimo programa, Serguei faz uma homenagem a Andrea Bocelli e não fica satisfeito com um clipe da banda Strokes: "São apenas mais uma banda".



Assista o "Ep.06 - Serguei Rock Show"

http://multishow.globo.com/Serguei-Rock-Show/

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Serguei em Fortaleza: 18/06/2011

Panela Discos apresenta:

Festa ROCK IN RIO REVIVAL com: Serguei + Pandemonium

com as bandas:
- Estado Anestesia, Jonnata Doll e Os Garotos Solventes + Grite, Grite Outra Vez e Hollywood Roses (Tributo a Guns N' Roses).

e mais:
Sorteio de dois ingressos para o show do GUNS N' ROSES no Rock In Rio 2011!

18/06 - 21h
The Pub
R$15,00 - Pista e R$25,00 - Camarote
(1 hora de caipirinha liberada)


Informações: (85)3494-5673

FLYER:



@SergueiNews

terça-feira, 26 de abril de 2011

Salvem o Brasil, usem camisinha!


No quadro "Sexo, Dicas e Rock n' Roll" do 7º episódio de "Serguei Rock Show" Serguei dá um toque, "Salvem o Brasil, usem camisinha!". Assista o video abaixo:



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